segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Convivência ou ausência? - Um breve enojamento de um pecador


Na sociedade moderna do século XXI uma praga assola a mesma. Meu mais novo enojamento é um fato absurdo. Estava eu, ontem, no supermercado, com minha linda senhora (minha avó) na fila dos idosos. Olhei para atrás, vi um senhor, muito bem vestido, aparentando uns 65 (sessenta e cinco) anos, usando duas redes sociais ao mesmo tempo em seu “mega” celular (as mais usadas ultimamente). Fiquei minutos observando-o e tive a rápida ideia de escrever este ensaio que vós custa a ler nesse momento.

Comecei logo acima com a palavra enojamento e o fato ocorrido, mas não vos associei, apenas relacionei, pois a modernidade e suas criações criou de fato enormes vertentes onde indivíduos que antes repousavam-se sobre cartas, poucos e-mails e agora compartilham das mesmas ferramentas que os do novo século. Meu enojamento começa de fato quando grande parte da convivência social é banalizada. De que forma? Pois bem. Como todos estão peludos de saber (careca é muito clichê) a modernidade acabou com a convivência pessoal. Antes os namoros eram cada vez mais ativos de ambas as partes e muito mais duradouros, pois vemos também, isso é um fato, a forma a qual os indivíduos “conectados” 26 (vinte seis) horas por dia (pois estes ainda fazem hora extra) tratam os relacionamentos em redes sócias. Não é nisso que quero me aprofundar e muito menos criticar, deixemos isso para outro ensaio. Meu intuito apenas é dissociar e chegar pelo menos a uns minutinhos de reflexão e pensar se realmente as redes sócias, internet e toda a gama de novidades que o novo século trouxe, realmente é uma convivência ou ausência.

Cada vez mais o número de celulares cresci no país, e cada vez mais aparelhos com acesso fácil a internet. Esse crescimento faz com que o número de usuários de redes sócias/relacionamentos cresçam, levando assim a uma diminuição brusca de saidinhas com os amigos, família e afins, em verdade, a convivência pessoal em si se perdeu. Aquele prazer de pegar o ônibus para ver o amigo(a), namorado(a) perdeu-se também. Antes esperávamos os fins de semana para vermos quem queríamos no sábado/domingo. Aquela doçura meio que romântica que antes fazia a vida um pouco mais deliciosa, pois a dificuldade quando vencida/superada dá sabor a vida, infelizmente se perdeu, reduziu pelo menos, pois ainda existem que conserva a convivência pessoal, e ama, senti, e diz tudo pessoalmente “olho no olho”. Hoje então, pode compreender-se que a breguice demasiada que as redes sociais trouxeram junto com tudo o que consideramos modernos acabou com toda a beleza da vida, pois meus caros, a real beleza é a que não vemos, mas sentimos. Como dizia cazuza, “O mais belo da vida é o que não vemos. Por isso fechamos os olhos quando nos beijamos e quando estamos sonhando.”

Outro fator que me chateia e me broxa muito é certamente os downloads que os usuários da internet fazem de livros. O famoso “pdf” que salva muito a vida de estudantes, porém a falta de interesse e o comodismo também influem na busca desse tipo de arquivo. O número de livros vendidos dos anos 2000 (dois mil) caiu bruscamente em todas as livrarias do Brasil.

O Jornalista e Humorista Marcelo Tas escreveu no início do ano, justamente sobre esse tema, onde o mesmo, ressalta a importância da convivência social e do contato entre os seres, segundo ele o aparelho celular diminuiu essa convivência e ainda pior, nos prendemos a ele, não conseguimos sair de casa para quaisquer lugar sem ele. Somos seres sociais e a socialização ocorre, em grosso modo, em matéria, não apenas virtualmente, pois deixa-nos restritos uns aos outros.
Tanto em festas, almoços, barzinhos e nos famosos “Happy hour” a convivência diminui. Vemos com frequência (se achar exagero observem por conta própria) cada vez mais indivíduos ausentes das rodas de amigos para estar presente em alguma rede social. A cada 10 pessoas que estão juntas em uma “rodinha fofa” em barzinho, na Universidade ou qualquer outra instituição educacional, sempre tem um ou dois que estão com suas mentes ausentes dali. 

A modernidade é algo bom? Sim e muito, caro leitor, se não fosse a mesma não estaria aqui escrevendo a vós de forma ampla, mas somos seres demasiados, não sabemos dosar nada. Sempre menciono a frase do Nietzsche (1844-1900) quando ele diz “Humano, demasiado humano”. Tinha/Tem razão.

Por: Davi Reis de Jesus

sábado, 7 de setembro de 2013

Especial - Bienal do Livro 2013 no Rio de Janeiro.

- O que é a Bienal do Rio?
Bienal do Livro Rio é um dos maiores eventos literários do país, um grande encontro que tem o livro como astro principal. Para os leitores, é a oportunidade de se aproximarem de seus autores favoritos, além de conhecerem muitos outros. Durante onze dias, o Riocentro sedia a festa da cultura, da literatura e da educação. Nos espaços dedicados às atrações, o público pode participar de debates e bate-papos com personalidades culturais e de atividades recreativas que promovem a leitura. Atraente e diversificada, a Bienal do Livro Rio é diversão para toda a família!
Como Foi a Bienal?


Por: Davi Reis de Jesus
- Informações retiradas dos sites: O Globo e Bienal do Rio 2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mercado Intelectual - Feira de alguns Canalhas Furrecas e Medíocres.

O Futuro do mundo é ser Brega. Vejo uma banalidade social todos os dias no meio da educação. Estou aqui sentado, em uma biblioteca, na parte de Filosofia, Religião e Política admirando as obras de diversos autores e estou pensando, será que professores gostam de ler? Não caro leitor, muitos deles não gostam (digo isso pois já presenciei fatos que provam isso). No ensaio dessa semana venho trazer  exemplos de hipocrisias no ensino, vertentes que você finge muita das vezes não existir (pois será mais cômodo à você), nesse mercado Intelectual que é magnífico em vários aspectos e fascista em outros. Observo um mercado de profissionais muita das vezes revoltados, professores que não gostam de dar aulas e escolheram Licenciatura por ter sido mais fácil de passar no vestibular e na área de humanas que o curso teoricamente "dizem" ser mais fácil de se concluir. Profissionais com esse perfil, tendem a ser péssimos professores, estressados, chatos, que não gostar de gastar seu tempo lendo e ainda defendem teorias para ter uma defesa pessoal, e pior, fingem gostar e acreditar naquilo que fazem, amam reclamar do salário toda hora e em todo lugar. Esse aspecto é muito visto nas Universidades. Segundo o Historiador Frye, a Universidade é um local onde reúne pessoas de personalidade insegura e medíocre, que se escondem atrás de teorias conhecidas para garantir seu "espaço intelectual" nas instituições do conhecimento. A mídia é um outro tipo de espaço intelectual super brega e "furreca" em muita das vezes, pois fala sempre o que a maioria quer ouvir e aumenta as chances de ser aceita pela sociedade de forma geral (ou pela classe média que é  maioria no País e o grupo mais ativo nesse sentido de consumir o marketing da mídia), por isso inibe o risco de confronto, barateia o debate público, manipula e mostra apenas um lado dessa planeta de "intelectuais" (ou seja, o que todo mundo quer ver: pensadores que amam todo mundo, amam à pátria e estão preocupados com o futuro dela.) .

 Alunos assim como eu que estão passando pela tensão "Pré-ENEM" sempre ficam em dúvida no que fazer, qual curso escolher, muitos buscam e lutam pelo curso que se deseja, independente da concorrência (exemplo de Medicina, Direito e Engenharia Civil, que são os cursos mais concorridos). Outros preferem os cursos menos prestigiados como os de humanas (eu sou um exemplo), que em sua maioria levam aos de Licenciatura (porém não tão menos importante que as demais), cursos de total importância, porém muito desvalorizados e ridicularizados, até mesmo por alguns alunos que escolheram esse tipo de curso para brincar, achando que é um Hopi Hari, escolheu Física, porém não sabe fazer uma regra de "3", é um estudante de História e nunca leu nada, não sabe quem foi Luís XIV (Coitados). O Governo Federal Brasileiro ainda contribuí para a má visão que já se tem dos cursos de Humanas em sua maioria. Esse Ciência sem Fonteiras é o maior exemplo, (clique aqui para mais informações sobre o projeto) onde apenas os alunos dos cursos de Biológicas, Tecnologia e Engenharia tem direito a bolsa pelo programa. Aí eu te pergunto, Senhor (a) leitor (a), Porque apenas beneficiar alunos dessas áreas? Porque não os de Humanas? A resposta é clara, um estado capitalista como o nosso, quer retorno, e rápido, os profissionais que mais corresponderão a demanda do estado e da sociedade de forma ágil, são os dessas áreas por que estão em evidência no mercado de trabalho, já o pessoal de humanas (eu futuramente) em sua maioria licenciados, não são tão bem vistos pelo mercado de trabalho, sociedade e governo federal. Imagine você leitor, quem sabe um futuro ou atuante profissional da Área de Humanas e Sociais, não poder usufruir de um projeto tão legal, com fins e intenções como esse (eu não critiquei o programa apenas essa "prioridade BREGA"). Ainda aqui sentado na Biblioteca, estou com um Livro de Nietzsche no colo, e pensando, imagine os alunos de História, Filosofia (esse é meu futuro curso), e Ciências Sociais estudando em Sorbonne - París (sonho de consumo de qualquer aluno da área de Filosofia), Tel Aviv - Jerusalém, e o pessoal de Artes estudar nas Universidades Italianas, Utopia, caro leitor? Sim é.


Outro ponto que quero destacar nesse Ensaio são os pseudos-intelectuais (pessoas que se preocupam com o efeito estético de suas posições em detrimento de um real conhecimento de assuntos específicos, com a finalidade de parecer superior socialmente ou adquirir admiração às custas de um "parecer" e não de um "ser")., gentinha que ama dizer que gosta de ler, que adora comprar livros, e fazem de tudo para sempre estar nos núcleos intelectuais, para ser bonitinha, uma "Lispector" da vida (Coitados(a)!). Fazer algo para ser notada é característica de Pessoinhas como essas, poetizar em redes sociais, escrever um livro um dia que colocará na mesa do escritório e dirá que é lindo. Seres humanos assim geralmente são pessoas medrosas, que não se metem a conversar com pessoas que são consideradas uma ameça para o discurso delas (alguém que faz parte do ramo intelectual), por isso procuram apenas frequentar o mesmo barzinho, livraria que esse tipo de pessoas, não ir além disso, (um debate filosófico, discutir sobre Dostoievisk etc) mas para demonstrar seu "talento" escolhe pessoas que ela considera inferior a ela (pessoas que não dominam nada, fáceis de serem manipuladas). Minha Crítica nesse ensaio é para a hipocrisia novamente, agora no mundo do intelecto, não estou nem aí para recalques, como comecei dizendo que "O Futuro do mundo é ser Brega", terminarei usando uma frase do Pondé "O Mundo virou um churrasco na Laje".

- Até a próxima semana, caro leitor!


Por: Davi Reis de Jesus

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Romantismo e alguns Românticos: Utopias, Homem das cavernas e Cafonice.

O Romantismo foi uma tendência intelectual que surgiu na Europa no século XVIII e teve seu auge aqui no Brasil no século XIX. No ensaio dessa semana venho trazer a minha visão sobre esse assunto nos dias atuais, um tema lindo e as vezes chato que é o Romantismo. Lindo pois trouxe uma inovação, intelectual,(em alguns sentidos)impulsionou a criatividade, a liberdade, direitos etc. Chato, pois os românticos (em sua maioria) achavam e acham ainda que seria melhor viver como o homem pré-histórico (o que é uma babaquice hipócrita). O Homem  Pré-Histórico ainda é aclamado por esses românticos de boutique, que desejam ser aquilo que não pode ser, idealizam, fogem da realidade, tem medo do futuro assolado pela ganância, pessimismo mediante a vida etc. Não descordo deles, acho bonitinho, porém, não sou hipócrita em dizer que o homem da pré-história (O qual nem conhecia a escrita e a roda) é melhor do que o homem "Moderno". Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) é um deles, precursor do romantismo, acreditava que o homem nascia bom, mas era a sociedade que o corrompia, daí ele usou a ideia do "bom selvagem". Depois desse pensamento de Rousseau várias frentes políticas e religiosas começaram a colocar toda a culpa de todos os problemas que se tem no mundo (acho que até os ETs ) na sociedade. Esse é o ponto Brega do romantismo, pois a sociedade é formada por homens (homens em sentido geral, não de gênero). Quando você começa a pensar que tribos, aldeias, Canibais e homem das cavernas são mais virtuosos, mais legais, bonitinhos e melhores do que o homem moderno é uma Piada, tudo bem, é lindo? então vai viver como eles, não como o homem moderno vive. Já ouvi muitos concordarem com esse tipo de pensamento, nada contra, porém, são pessoas totalmente dependentes de: Tv, Internet, carro, apartamento em frente ao mar, Livros e mais livros todos os meses (esse sou eu), viagens à Páris etc, Verdadeiros consumistas de carteirinha. E ainda se quer viver no Neolítico (que canalhice).  


Lá na era da pedra lascada, esses Homens, apesar de "ultrapassados" em uns sentidos, para o Homem moderno, estão muito a nossa frente (Segundo os Românticos). Eles Respeitavam muito a natureza, não só por questões religiosas (a religião deles era a Neopagã, talvez a primeira de todas), mas também por questões individuais e sociais, por exemplo: Eles de certa forma sabiam que faziam parte da natureza, e se sentiam menores e que poderiam ser destruídos por ela. Uma vez eu tava vendo Tv,e em uma das minhas buscas por algo interessante passei rapidamente por um desses canais "Religiosos" (que em sua maioria me confundo com o canal da Polishop) e vi uma citação infeliz de um líder religioso "Aqueles que são profanos, Deus castiga da pior forma, com Câncer, para você que negou a Deus, cuidado! (fiquei chocado). Para os românticos religiosos Bregas que acham que ter Câncer é algum tipo de castigo de Deus, por favor, se matem. Câncer é ruim? óbvio que é, porém é uma circunstância muita das vezes natural (outras vezes por muita mágoa ou ódio ou ação própria do indivíduo como fumar.), Doenças como essa são tão presentes na natureza biológica do homem, como formigas cortando folhas e levando ao formigueiro.


Outra questão que quero salientar nesse ensaio é a questão da bondade, todos os românticos são "bons". Amam à todos e são muito ligados à natureza, sendo que é um tremendo poluente, usa o carro para ir na padaria, ama trocar de móveis várias vezes ao ano etc. Não sou contra a nada disso, a questão é que: A prática desses românticos do novo século se contrapõe ativamente ao seu discurso "lindo e maravilhoso".


É muito fácil de se ouvir "save the whales", eu particularmente choro quando vejo cenas de matanças em alto-mar, odeio, não existe classificação para um ser como esse,não por que está na moda se revoltar contra a chacina de Baleias, mas por que compartilhamos da mesma natureza, não podemos escolher o destino de Baleias ou qualquer outro animal(por isso me tornei Naturalista). Porém, aqui também matamos Bois, Frangos, Porcos, em Países orientais alguns animais que comemos aqui são proibidos, são venerados em vez de consumidos. O que me incomoda nos Românticos é a hipocrisia, geralmente são pessoas que amam poluir o mar de todas as formas,e no outro dia estão em passeatas e manifestações, fazendo campanhas contra a matança de Baleias, vai entender essa breguice. Já comentei sobre isso no artigo sobre o Outro, a bondade exacerbada, a "pena" que se tem do homem que é ou foi maltratado pela sociedade "violenta" que só faz o mal ao pobre homem (eu sei caro leitor, a piada foi boa). 


Romântico é aquele que: é solitário, subjetivo, egocêntrico, individualista, idealista, sentimentalista, utópico etc. A Escola Romântica é de total importância Literária e Sócio-Filosófica,foi um marco na História e impulsionou a Revolução Francesa. Não sou nenhum antí-romântico, por favor, agora sempre existe verdades a serem ditas, verdades essas que sempre estão na nossa frente, ao nosso redor e como somos (esse somos é no sentido de massa, quantidade) Doutores em ignorância não queremos ver, não precisamos de inimigos, pois como dizia Hobbes "O Homem é lobo do próprio homem". A Filosofia busca esclarecer essas condições, o porque que somos assim? uma hora amamos o outro mais que a nós mesmos, em outro momento este é esmagado pelo nosso egoísmo. A coerência e a sinceridade são duas virtudes que ajudam ao mundo a caminhar para frente, mas é tão difícil entender isso? Não é só filosofar como dizia Descartes "Quem não filosofa é igual ao cego que não enxergou a luz do dia". Pensar é viver. Fica por aqui mais um Ensaio de um Jovem Escritor, "Pecador".


- Até a próxima semana, Caro Leitor!

Por: Davi Reis de Jesus

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Fanatismos BREGA.

Acho que Deus deve sofrer muito (o qual não sou muito crente) e ficar deprimido com esse mercado religioso contemporâneo. Tudo que se faz desde o mundo antigo até os dias atuais é em nome de Deus: matam, roubam, mentem, lucram, (ficam Brega demais) etc. Há mais de 7 (sete) meses venho diariamente, em sala de aula, na livraria, em casa e outros locais, observando o comportamento de pessoas que são extremamente religiosas em seu discurso (pois na prática são estúpidas), cheguei a conclusão de que Fanatismo e Religião não batem (isso é um fato). Ser fanático é ridículo, caro leitor. Você nega vários valores fundamentais, agredi a moral do outro (a quem diz amar) por um único assunto, age irracionalmente e as vezes se torna um canalha. Ser Fundamentalista não é feio (só as vezes) feio é ser fundamentalista sem fundamento, mais um hipócrita da sociedade: um ser religioso indignado com a moral do mundo, repetir tudo que os lideres religiosos falam e ter uma conduta ética distorcidamente contrária. Um bom exemplo são os muçulmanos, que vivem a querer matar todo mundo toda hora. Você está pedindo a Alá bençãos e não sabe se vem uma bomba na sua casa, se seu filho poderá sair para brincar de carrinho com os "muçulmanos kids". Isso é fanatismo, mas claro que em toda regra, em todo texto tem exceções, não estou aqui menosprezando nem sendo negativo com o Islamismo (Religião que eu adoro, respeito profundamente e a estudo), e sim mostrando um aspecto fanático. As lutas religiosas  são frequentes, o terrorismo também é frequente, por fins religiosos? sim, claro!, mas também por fanatismo. Outra questão ainda sobre os muçulmanos que também é um certo fanatismo é a desvalorização do outro (ao contrário do homem ocidental, em grosso modo os Latinos que valorizam o outro até exageradamente, como falamos no artigo da semana passada sobre o outro). Grande parte do Islamismo trata a mulher como animal de estimação, que ainda não foi domesticado, também que se você não é do Islã, você é menor, inferior e esse tipo de pensamento segue-se em frente, passando de geração para geração.



Um outro fanatismo, ridículo, estúpido e brega³ é a autoflagelação: que é o ato de provocar dor a si mesmo, ação muito praticada por Muçulmanos Xiitas, alguns Católicos, por promessas, remorsos, culpa de algo, busca de perdão etc. Esta prática vem sendo repetida por jovens, adultos, mulheres, usando chicotes, cacos de vidro ou com lâminas para aliviar qualquer tipo de stress, depressão, assim atenuando as dores mentais e provocando as dores físicas, todo ritual é respeitável, somos seres de culturas muitas vezes bem remotas, extremos, o grande segredo é ser tolerante, porém esse é mais um exemplo de fanatismo.  Ser Religioso não é ser Fanático, e nem é preciso ser fanático para ser religioso, como já falei em outro artigo, ser religioso é ser ético, e seguir o seu discurso não é? ser canalha é ser contraditório, hipócrita e "humilhar" com as ações que se toma à doutrina a qual participa e diz seguir.

E como não terminar falando do Futebol? o futebol é um dos maiores (se não o maior) de todos os tipos de fanatismo, um mercado que move Bilhões por ano, tem milhões de seguidores fanáticos ( que amam dar seu dinheiro). Não irei me aprofundar nesse tema, (me enche muito o saco falar de futebol) pois não existe em meu ver nada a ser aproveitado sendo tão fanático como muitos por aí, a finalidade é: colocar a bola na rede. Não sou contra o futebol, nem contra os torcedores, jamais, acho até uma paixão bonita, mas só paixão, esse amor exacerbado e fanatismo, é feio, pior são as mortes, danos e má fama que se tem com tudo isso, é jogador atingido por latinha, torcedor morto com sinalizador etc. O Brasil é o país do futebol, mas também da corrupção, fixada muito no futebol, verbas imensas gastas para essa copa no ano que vem, enfim, só não vamos fingir que tudo é lindo, tudo é maravilhoso e que é feio falar e escrever sobre esses e outros assuntos, a censura cola por que é fanática também, escrever não é crime! e pensar muito menos!

- Uma ótima semana, caro leitor!!!


Por: Davi Reis de Jesus

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Amando o Outro.

Está tão normal (na moda) dizer que o outro é lindo, que é ético amar o outro, só ouvimos falar no "outro". A questão que venho trabalhar nessa semana é o alto prestígio que damos ao outro, o outro sempre é lindo, tudo que o outro gosta acaba se tornando lindo, os muçulmanos e árabes são lindos, a África é linda, ser ecologista ou alguém preocupado com o meio ambiente é lindo, poetizar no facebook é lindo e tantas outras coisas são lindas e bonitinhas que aprendemos com o outro (um armário entupido de Breguice). Essa semana estava lendo o Luiz Felipe Pondé, em seu "Guia do Politicamente Incorreto da Filosofia" ele salienta que o motivo da valorização do outro é causado pela praga "PC" (Politicamente Correto) que nos obriga a achar que os outros são lindos,é ético e moral gostar e valorizar o outro, que ele é sempre legal, gentil, todo mundo ama todo mundo a chamada "ética do outro", o que é super BREGA, pois ninguém ama todo mundo, isso é falso. Só amamos alguém quando é nos conveniente, até esse "outro" que me refiro, só admiramos ele pois ele está longe, do outro lado do oceano e/ou dentro das nossas cabeças (uma idealização). Os outros que vemos na nossa sociedade diariamente não suportamos, pois é o que: pisa nos nossos pés, atrapalha no trânsito, cinema, escola, trabalho, urina nos postes de iluminação etc. Esse é o outro presente em nosso meio, ou seja, o conveniente é o que nos agrada. Cristo disse: "Amai ao próximo como a ti mesmo", será que é possível? Bem, caro leitor, não é. Mas o que cristo disse no seu principal ensinamento não foi bem o que lemos de imediato (que devemos nos amar) e sim o respeito e tolerância, humildade com o semelhante e a ética consigo mesmo.
O "outro" aqui é ambíguo, quando me refiro ao outro é que, sempre estamos tão abertos para valorizar, exaltar e consumir tudo que se refere ao que está longe,ao que é novo e o que está longe. O Aurélio define o outro como: diferente, diverso... 


 Não sou contra  a ecologia, os muçulmanos, a preservação das baleias e o olhar do mundo na África (JAMAIS), É necessário sim esse aprendizado cultural, conhecer as outras vertentes do mundo, línguas, religiões, gastronomia etc, o que é brega, estúpido e me enche o saco é a hipocrisia de sempre valorizar de forma exacerbada o que é de fora, o externo, o que não é nosso, esse marketing que criamos, de que está na moda preservar o meio ambiente, que todos estão preocupados com a extinção das baleias, e na verdade não é isso. Vemos então seres "ecologistas" e são uns consumistas estúpidos e inescrupulosos, "preocupados" com as baleias e jogando sacolas plásticas em locais indevidos,fazendo questão de jogar no mar o que não se é mais necessário, "Ama" a África e é racista, "adora" o Islamismo, mas não sabe nem que Deus e Alá são a mesma coisa. A Hipocrisia é usada aí para integrar indivíduos na sociedade. Enfatizamos e sempre dizemos que o outro (que está longe) é fofo e bonitinho (Isso é breguice para mais de meses...) Temos que ser humilde e reconhecer o valor da nossa sociedade, do nosso povo, da nossa cultura, o outro, ah... o outro é o outro!. Aí, o engraçado é que: quando o "outro" chega em nossa sociedade para visitar, estudar ou trabalhar é tratado como terrorista, neonazista e homem-bomba, vai entender não é? Como dizia Nietzsche; "Humano, Demasiado Humano".
Por: Davi Reis de Jesus

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O demasiado humano como um ser Religioso.


Por que interessar-se nas Religiões?
Independente de onde você vive caro leitor, sem dúvida tem visto por si mesmo como a Religião influi na vida de milhões de pessoas, talvez também na sua. Vemos em todo o mundo diferentes contrastes Religiosos, por exemplo em países onde se é praticado o Hinduísmo não é raro ver as na prática do puja - um ritual que pode incluir fazer oferendas a seus deuses, em forma de cocos, flores e maçãs. Além disso milhões de pessoas afluem anualmente ao rio Ganges, para serem purificadas pelas suas águas. Em países católicos, veem-se pessoas orando em igrejas e catedrais com um crucifixo ou um rosário na mão. As contas do rosário são usadas para contar as orações feitas com devoção a Maria. No Budismo, os monges trajando túnicas de cor açafrão, preta, ou vermelha, são vistos como símbolo de vida devota. Templos antigos, com o sereno Buda à mostra, são evidências da antiguidade da  budista. Por que o homem "em si" tem essa necessidade de acreditar em algo "Sagrado", Divino, Abstrato? O Papel da Religião desde o início da humanidade, das primeiras civilizações até os dias de hoje tem sido para dar um novo sentido a vida, que ela é possível e também para responder questões existenciais como: Por quê estamos aqui? de onde viemos? alguém nos criou? se criou, quem foi? o que o futuro me reserva? O homem ainda não foi capaz de responder essas e outras questões sozinho, por isso a necessidade incessante da Religião para dar respostas a essas questões por meio do "Sagrado". Tudo isso só é possível por meio da Fé, esta tem um poder de transformação e de crença de que a tem sem tamanho. O homem tem convivido com as suas  provações e cargas, suas dúvidas  e indagações, incluindo o enigma da morte. Os sentimentos Religiosos tem sido expressos de muitas maneiras, à medida que as pessoas se tem voltado para Deus ou deuses, em busca de bençãos e refrigérios e encontrado na Religião uma base sólida de confiança por meio da fé.


A História da Religião é tão antiga como a História do próprio Homem, segundo os Arqueólogos e Antropólogos que investigam essa Relação humana com a Religião desde a Pré-História. Mesmo entre as civilizações mais remotas, primitivas e pré-históricas é notável a presença religiosa, do indeterminado, segundo o The New Encyclopedia Britânica (Nova Enciclopédia Britânica) afirma que: "Até onde os peritos conseguiram descobrir, jamais existiu um povo em qualquer parte do mundo que não fosse de algum modo Religioso."

Com a diversificação geográfica nos processos de mudanças ao longo da História, vemos também uma variedade cultural e Religiosa, por exemplo, os caçadores de cabeças nas selvas do Bornéu, os esquimós no gelado Ártico, os Nômades do mundo e muitos outros - Todos com seus Deuses e Crenças. Com essas Variações surgem diversas perguntas a respeito, de onde de origina todas essas Religiões e Crenças? e ainda mais é razoável supor que a religião a nós imposta por ocasião do nascimento seja necessariamente a inteira verdade?. Analisando de forma crítica vemos que a maioria das Religiões  tem um conjunto de crenças ou doutrinas bem distintas de outras, estas podem constituir uma teologia bastante complicada de ser entendida. Todavia, o princípio da causa e efeito aplica-se em todos os casos.

Por que o Homem é Religioso?

Os seus ensinamentos teológicos e éticos de cada religião deve influir na personalidade e na conduta moral do seguidor. Assim, a moral religiosa de cada pessoa será um reflexo na formação religiosa dessa pessoa.  A Religião, a busca do Sagrado, respostas para questões existenciais são apenas parte de todo um macro que é a Religião, a necessidade é notória. No Livro Religiões do Mundo - Da História Antiga do Presente diz: O estudo da Religião revela que um de seus importantes aspectos é o anseio de encontrar valor na vida, uma crença que a vida não é por acaso, acidental, e sem significado. A busca de significado leva a fé num poder superior ao humano, e, por fim, a uma mente universal ou super-humana que tem a intenção e a vontade de preservar os mais elevados valores para a vida humana"



Portanto Finalizamos essa pequena introdução ao pensamento religioso observando que a Religião satisfaz uma necessidade humana básica, assim como o alimento satisfaz a nossa fome. Sabemos que comer indiscriminadamente quando estamos famintos pode aliviar a agonia da fome; a longo prazo, porém, prejudicará a nossa saúde. Para termos uma vida sadia, necessitamos de alimentos sadios e nutritivos. Igualmente, precisamos de alimento espiritual sadio para manter nossa saúde espiritual.

 Por: Davi Reis de Jesus

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um ser chamado Humano.

O homem é algo a ser superado - Nietzsche (1844-1900). É difícil definir um ser tão rico (e tão pobre ao mesmo tempo), tão complexo e variado  como o humano ,se pegarmos o dicionário veremos os significados que a palavra "humano" recebe ( que eu achei super brega) como: Carinhoso, bondoso, gentil, sensível... Será? será mesmo que esses adjetivos estão corretos? bem os adjetivos estão porém não a quem foi dado. Para os Rousseaunianos estão corretos pois concordam com  a linha de pensamento de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) com a teoria do bom selvagem, mas para os Hobbesianos e Kantianos tendem a descordar pois o ser humano é ruim, arrogante e cruel por natureza. Enfim um ser chamado humano é um prelúdio incessante da existência moral, social, política e até científica  desse ser "racional", ser o qual compartilhamos da mesma fôrma universal, do mundo das ideias (descrito por Platão). Toda a História da Filosofia tem o ser humano como base ou alvo, desde de nosso amado Sócrates, passando por Platão e Aristóteles, as escolas helenísticas, os filósofos/teólogos Medievais, Descartes e toda corrente racionalista , Locke e o empírismo britânico,Rousseau,Kant, Schopenhauer e assim sucessivamente. Vemos então a incessante e instigante busca do conhecimento de si,de sempre se saber quem é enfim o "homem", a busca de respostas para perguntas existenciais como:
- quem somos nós? 
- de onde viemos?
- o que estamos fazendo aqui?
- para onde vamos?
Então vemos o ser como base de tudo, como dizia o Francês Jean Paul Sartre "O existencialismo é o humanismo" ou seja, o ser humano é a fonte de tudo. 


Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, o qual foi um dos maiores nomes da Filosofia até então e um dos maiores contribuintes para o Existencialismo e que eu comecei o nosso artigo. Em sua obra "Assim falou Zaratustra" de 1885, Nietzsche nos dá definições interessantes de um "Super-homem". Entre vários escritos, criou o termo super homem para designar um ser superior aos demais que, segundo Nietzsche era o modelo ideal para elevar a humanidade. Para ele, a meta do esforço humano não deveria ser a elevação de todos, mas o desenvolvimento de indivíduos mais dotados e mais fortes. A meta, segundo Nietzsche, seria o super homem e não a humanidade, que para ele era mera abstração, não existindo em realidade, sendo apenas um imenso formigueiro de indivíduosSegundo Nietzsche, a sociedade é o instrumento para a melhoria do poder e da personalidade do indivíduo, não para a elevação de todos. A princípio ele acreditava no surgimento de uma nova espécie de ser, porém, passou a cogitar a possibilidade do seu “super homem” ser um indivíduo superior, que se elevasse acima da mediocridade e que sua existência se devesse mais ao esforço e a educação, do que pela seleção natural.A característica dominante do super homem de Nietzsche seria o amor à  luta e ao perigo, deixando a felicidade para a maioria, os meros humanos normais, pois ao super homem caberia o dever de elevar-se além dos limites estabelecidos pela normalidade, pois nada mais terrível do que a supremacia das massas, segundo Nietzsche. Por mais de 2,5 Milênios de produção filosófica ainda não encontramos a resposta real de quem realmente somos, quanto mais se busca essa resposta outras perguntas ainda mais complexas surgem, a questão é: independente de quem somos, o nosso ser é algo maravilhoso, pois permanece ainda misterioso em si mesmo.


Por: Davi Reis de Jesus

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Indicação de Livros.

Ciência e Fé - Cartas de Galileu Galilei sobre questões dogmáticas da época como o Geocentrismo.

Contos de Machado de Assis e a Filosofia - um ótimo livro que reúne vários contos de Machado e sua relação com a Filosofia.

O Mundo de Sofia - um excelente romance da História da Filosofia e um dos livros mais vendidos no mundo, tem uma História muito legal e é fundamental e recomendável para os que estão adentrando agora no mundo da Filosofia.
Miséria da Filosofia - Por Karl Marx, Miséria da filosofia, a resposta à Filosofia da Miséria de Proudhon, é um livro escrito em 1847 por Karl Marx e publicado em Paris e Bruxelas. Nele Marx critica a EconomiaFilosofia de Pierre-Joseph Proudhon fazendo uma ironia com o subtítulo da obra do adversário. É um trabalho pequeno de volume único (tem metade do tamanho do Tomo I de Contradições) e saiu apenas um ano depois de Contradições.

Obs: Essas obras são ilustrativas e apenas indicações de livros que eu possuo e já li, não é marketing (que eu acho brega). Curtam a leitura e podem deixar comentários do que acharam.


Por: Davi Reis de Jesus


terça-feira, 9 de julho de 2013

Escola Helenística dos Cínicos.

Diógenes - nome mais marcante dos Cínicos. (em homenagem à Cícero Alberto, meu grande amigo!)
O modo de pensar dos cínicos é apenas mais um dos vários que surgiram no período helenístico. Juntamente com epicuristas e estoicos, o cinismo é considerado como escola filosófica e não por ser constituído por uma doutrina sistemática, mas pela opção de um modo de vida que se manifestava contra as transformações ocorridas na Grécia no período do domínio macedônico.
Não se tem certeza sobre quem fundou o cinismo, Diógenes certamente foi sua figura mais marcante. Seu estilo de vida opõe-se tanto ao dos não filósofos quanto ao dos filósofos. O cínico rejeita o modo de vida que se baseia na investigação científica, bem como também aquilo que os homens em geral consideram indispensável: as regras, a vida em sociedade, a propriedade, o governo, a política, etc.
A prática de vida dos cínicos baseia-se no impudor deliberado: fazem sexo em locais públicos, comem sem utensílios e sem preparar os alimentos, não usam vestimentas, etc., isto é, não se adaptam às conveniências sociais e à opinião. Desprezam o dinheiro, mendigam, não querem posição estável na vida, não têm cidade, nem casa, nem pátria; são miseráveis, errantes, vivem o dia a dia. Têm somente o necessário para sua sobrevivência.
O cinismo pode ser considerado uma escola filosófica, ainda que seus representantes não tenham ministrado qualquer ensino em alguma escola. No entanto, a relação que havia entre mestre e discípulo confere ao cinismo um caráter escolar. Porém, o teor filosófico da escola cínica tem pouca expressão. Os cínicos não se atêm às construções teóricas sob qualquer tema: quando se afirmava que o movimento não existia, Diógenes, por exemplo, contentava-se em ficar de pé e andar. A filosofia cínica é unicamente uma escolha de vida, a escolha da liberdade total e absoluta ou da independência das necessidades inúteis, da recusa ao luxo e da vaidade presentes na vida social.

Conta-se a anedota de que estava Diógenes deitado tomando o seu sol quando chegou a ele Alexandre, o Grande (imperador que dominou a Grécia) e dizendo que lhe daria tudo aquilo que ele quisesse, bastava dizer. Diógenes lhe disse, então, que gostaria que o dono do maior império até então conquistado, simplesmente saísse de sua frente, pois estava atrapalhando seu banho de sol, o que mostra o estado de imperturbabilidade em que se propõe o cínico.
Outro grande expoente da escola cínica foi Pirro. Este, contra toda prudência, afrontava todos os tipos de riscos e perigos. Dizem que ele continuava falando mesmo quando seus ouvintes já haviam partido. Conta-se também que certa vez, vendo seu mestre Anaxarco caído num pântano, passou sem socorrê-lo e, depois, o mestre o felicitou, louvando sua indiferença e a impassibilidade.
O comportamento de Pirro corresponde a uma escolha de vida que se resume perfeitamente em uma palavra: a indiferença. Ele não faz distinção entre o que é considerado perigoso ou não, entre o que é bom ou mal. Não dá importância ao estar num lugar ou noutro; não leva em conta os julgamentos que consideram as tarefas superiores ou inferiores; não distingue entre o que se denomina prazer ou sofrimento, a vida e a morte. Tudo isso depende do valor que o homem atribui às coisas e todo valor é fruto de uma convenção. Pouco importa o que se faça desde que se faça com a disposição interior da indiferença. A filosofia de Pirro consiste em firmar-se em um estado de igualdade consigo mesmo, de indiferença total, de independência absoluta de liberdade interior, de impassibilidade, tranquilidade, imperturbabilidade, estados esses que ele considera divino. Para este tipo de filosofia, a virtude é a indiferença absoluta.

Para adquirir tal indiferença é preciso desvencilhar-se, desligar-se completamente da debilidade humana, dos bens materiais, da luxúria, dos prazeres, das ocupações, das convenções e elevar-se até o sobre-humano, que é um estado de simplicidade, de naturalidade. Para Pirro, o ideal do homem é ser um “bom homem”, e este só se alcança pela prática da indiferença, fugindo do homem social, corrompido pelos costumes e pelas convenções.
Por isso, a filosofia de Pirro, semelhante à de Sócrates, é uma filosofia vivida, não contemplativa, um exercício de transformação do modo de viver que promove a verdadeira paz interior, a indiferenciação e a autarquia ou liberdade absoluta do homem.

Pesquisa: Davi Reis de Jesus
Fonte: Clique aqui

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Escola de Frankfurt.

Escola de Frankfurt nasceu no ano de 1924, em uma quinta etapa atravessada pela filosofia alemã, depois do domínio de Kant e Hegel em um primeiro momento; de Karl Marx e Friedrich Engels em seguida; posteriormente de Nietzsche; e finalmente, já no século XX, após a eclosão dos pensamentos entrelaçados do existencialismo de Heidegger, da fenomenologia de Husserl e da ontologia de Hartmann. A produção filosófica germânica permaneceu viva no Ocidente, com todo vigor, de 1850 a 1950, quando então não mais resistiu, depois de enfrentar duas Guerras Mundiais.
Ela reuniu em torno de si um círculo de filósofos e cientistas sociais de mentalidade marxista, que se uniram no fim da década de 20. Estes intelectuais cultivavam a conhecida Teoria Crítica da Sociedade. Seus principais integrantes eram Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen Habermas, entre outros. Esta corrente foi a responsável pela disseminação de expressões como ‘indústria cultural’ e ‘cultura de massa’.
A Escola de Frankfurt foi praticamente o último expoente, o derradeiro suspiro da Filosofia Alemã em seu período áureo. Ela foi criada por Félix Weil, financiador do grupo, Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, que a princípio a administraram conjuntamente. Ernst Bloch e o psicólogo Erich Fromm acompanhavam à distância o despertar desta linha filosófica, que vem à luz justamente em um momento de agitação política e econômica vivido pela Alemanha, no auge da famosa República de Weimar. Seus membros seriam partícipes e observadores das principais mutações que convulsionariam a Europa durante a Primeira Guerra Mundial, seguida por outros movimentos subversivos, dos quais ninguém sairia impune.
Esta Escola tinha uma sede, o Instituto para Pesquisas Sociais; um mestre, Horkheimer, substituído depois por Adorno; uma doutrina que orientava suas atitudes; um modelo por eles adotado, baseado na união do materialismo marxista com a psicanálise, criada por Freud; uma receptividade constante ao pensamento de outros filósofos, tais como Schopenhauer e Nietzsche; e uma revista como porta-voz, publicada periodicamente, na qual eram impressos os textos produzidos por seus adeptos e colaboradores. O programa por eles adotado passou a ser conhecido como Teoria Crítica.

Os integrantes da Escola assistiram, surpresos e assustados, a deflagração da Revolução Russa, em 1917, o aparecimento do regime fascista, e a ascendente implantação do Nazismo na Alemanha, que culminou com um exílio forçado deste grupo, composto em grande parte por judeus, a partir de 1933. Esta mudança marcou definitivamente cada um deles, principalmente depois do suicídio de Walter Benjamin, em 1940, quando provavelmente tentava atravessar os Pireneus, temeroso de ser capturado pelos nazistas.
Eles se tornam nômades, viajando de Genebra para Paris, então para os EUA, até se fixarem na Universidade de Columbia, em Nova York. A primeira obra produzida pelo grupo foi denominada Estudos sobre Autoridade e Família, gerada na Cidade-Luz, na qual eles questionam a real vocação da classe operária para a revolução social. Assim, eles naturalmente se distanciam dos trabalhadores, atitude que se concretiza com o lançamento do livro Dialética do Esclarecimento, lançado em 1947, em Amsterdã, que já praticamente elimina do ideário destes filósofos a expressão ‘marxismo’. Erich Fromm e Marcuse dão uma guinada teórica ao juntar os conceitos da Teoria Crítica aos ideais psicanalíticos. Marcuse, que optou por ficar nos Estados Unidos depois da volta do Instituto para o solo alemão, em 1948, foi um dos integrantes da Escola que mais receptividade encontrou para sua produção intelectual, uma vez que inspirou os movimentos pacifistas e as insurreições estudantis, fundamentais em 1968 e 1969, os quais alcançaram o auge no chamado Maio de 68.
Por outro lado, Adorno, até hoje tido como um dos filósofos mais importantes da Escola de Frankfurt, prosseguiu sua missão de transformação dialética da racionalidade do Ocidente, na sua obra Dialética Negativa. Sua morte marca a passagem para o que alguns estudiosos consideram a segunda etapa da Escola, que encontra seu principal líder em Jürgen Habermas, ex-assessor de Adorno e, posteriormente, seu crítico mais ardoroso.

Pesquisa: Davi Reis de Jesus
Escrito por: Ana Lucia Santana

domingo, 7 de julho de 2013

Sexo e a Filosofia.

Bom dia caro leitor, estamos aqui novamente hoje em um tema que todos adoram "Sexo" como diz uma amiga minha: "o que move o mundo no século XXI são dois fatores; SEXO e DINHEIRO,  ninguém vive sem eles" (e eu concordo viu, atire a primeira camisinha quem não gosta ou quem não fica de mal humor sem eles!). 
O sexo – primeiramente – é uma condição pré-determinada e imposta pela natureza, para que uma pessoa possa vir ao mundo. Ninguém nasce sem fazer parte de um gênero (masculino ou feminino). O indivíduo cresce sabendo que tem um dever a ser cumprido “genitaliamente”. E tem em sã consciência de que seu corpo é seu maior patrimônio, portanto, devendo preservá-lo.

Mas, sexo também é uma questão de filosofia. Nem todas as pessoas, por exemplo, obedecem à sexualidade externa, muitas vezes seguindo a interior, como é o caso dos homossexuais.

A verdade é que quase ninguém fica sem fazer sexo. Cada um usa a ferramenta que tem para sentir prazer. Quer seja com uma pessoa do sexo oposto, quer seja com alguém do mesmo. Para se fazer sexo é preciso ter duas ou mais pessoas. Isso não é novidade pra ninguém! O que dizer, por exemplo, da masturbação?: Uma descoberta das funcionalidades do próprio corpo? O conhecimento de si mesmo(a)? Ou uma fuga e/ou compensação pela falta de um(a) parceiro(a)?

Fazer sexo é uma questão de necessidade, mas também de filosofia e de obrigação com o par.

O sexo está, por exemplo, na base da pirâmide de Maslow, que determina que se trata de uma necessidade primária do ser humano, assim como comer e se vestir. Uma pessoa que fica sem ter relações por muito tempo, costuma ficar mal-humorada ou até mesmo depressiva. Transar é um vício imposto pela natureza para que o ser humano se reproduza.

Como filosofia, porque está na cabeça de cada um se quer praticá-lo ou não, quando, onde e como. Tem gente que é mais monogâmica e prefere uma coisa simples (a dois). Já outros querem sair “pegando” todo mundo que vê pela frente ou até mesmo em grupo. Tem pessoas que o praticam por profissão. Fatores como religião e medo de pegar doenças podem determinar como um ser encara tudo isso, a freqüência e a conseqüência de seus atos. Tem gente que simplesmente obedece aos instintos se esfregando em alguém. Também tem os que o vêem como terapia, enquanto que outros, um modo de libertação e até mesmo purificação, num rito de celebração à vida e contato com seu “eu” e sua divindade. O que dizer, então, do tantra yoga e do Kamasutra?

Tem homens que só gostam de transar sem camisinha e fazem questão de gozar “dentro”. São como cachorros ou gatos que fica urinando nos cantos para deixar seus rastros.

Tem indivíduos que gostam de fetiches, como “brincadeiras”, uso de certos objetos e até mesmo fantasias (ex.: enfermeira, médico, policial, bombeiro, mecânico, professora, super-herói etc.), além de chicotadas, puxões de cabelo e tapas na cara. Tudo isso em nome do prazer!

E como obrigação, é um dos vínculos fundamentais para a manutenção de uma relação/casamento. Há quem diga que a união entre duas pessoas vá muito além de cama. Mas, a verdade é que quase ninguém admite que sem a transa tudo se desmorona. E a desculpa para uma separação é sempre que o “amor” acabou. Isso é um tipo de pensamento de quem geralmente quer se supervalorizar, acreditando possuir conteúdo interior. Se sexo não fosse tão importante, os noivos não fugiriam da festa de casamento para ir correndo aproveitar a lua-de-mel, por exemplo.
Dificilmente, Você vai encontrar alguém – tanto faz ser homem ou mulher – que não se arrependa de ter se casado cedo, alegando que se pudesse voltaria no tempo e ficaria solteiro(a), para poder “aproveitar” mais a vida.

Por que um pai fica todo prosa ao saber que o filhão está cheio de “gatinhas”??? Só por que ele está mostrando que é macho e está lhe dando orgulho? Talvez!!! Uma grande verdade é que o pai poderia estar se realizando através do filho, compensando assim seu “fracasso”, ou o que ele em sua juventude, por estar apaixonado demais, não teria conseguido fazer. Ou se o fez, não foi o suficiente, por ter se “amarrado” depressa.

O sexo ainda é um tabu muito grande entre os gêneros. Você jamais vai ver um pai ou uma mãe dizendo: “filha, aproveite que Você ainda é solteira e dê bastante!”.Certamente, ouvirá um pai aconselhando o filho a “passar o rodo” geral. E a mãe, dizendo, que seu filho tem que respeitar as filhas dos outros (tudo isso baseado também em sua condição de mulher). Homens têm mais liberdade pra transar que as mulheres. Veja o caso de certos povos que permitem que um homem tenha várias esposas (poligamia), enquanto a mulher, só um marido. Mas, se pudessem ter mais de um macho ao mesmo tempo, o termo seria “poliandria” (poligamia feminina). Ainda em pleno século 21 existe um pensamento diferenciador – para não dizer discriminatório: se um rapaz tem várias namoradas, ele é um garanhão, um mulherengo. Mas, se uma moça tiver vários namorados, então é chamada de piranha, galinha, vagabunda, rapariga (só em Portugal que significa moça virgem, pois aqui no Brasil, mesmo que o dicionário tenha a mesma definição que de lá, costuma ser utilizado pejorativamente) e por aí vai... Mas, o que seria dos homens se não existissem as mulheres “fáceis”?

Outra verdade é que os homens estão protegidos religiosamente. Em um dos Dez Mandamentos diz que não se deve desejar a mulher do próximo. No entanto, não fala nada sobre desejar o homem da outra!

Tenham um excelente domingo Senhores Leitores!

Pesquisa: Davi Reis de Jesus
Fonte: Mundo Dimais

sábado, 6 de julho de 2013

A Ética em Epicuro.

A doutrina de Epicuro surgiu em um momento de insatisfação com a condição das Cidades-Estados gregas. A vida social na Pólis era leviana e marcada pela injustiça social. O poder se concentrava nas mãos de poucos: a aristocracia urbana. Não havia felicidade entres os homens no contexto social, no qual as pessoas se interessavam estritamente pelas riquezas e pelo poder; no contexto religioso, no qual predominava a superstição, a religião tornou-se servil, cercada de mitos e ritos sem significação e também crescia a procura por oráculos e a crença em adivinhações. As pessoas gozavam dos prazeres mais supérfluos advindos das riquezas e, assim, eram relativamente felizes, pois estavam se esquecendo do que realmente proporciona a felicidade. Foi a partir disso que Epicuro criou sua doutrina contra a superstição e os bens materiais, voltada para uma reflexão interior e busca da verdadeira felicidade.
Essa doutrina é dividida em canônica, física e ética. Porém, as duas primeiras partes são esclarecimentos para a fundamentação da ética, visto que as ciências naturais só são importantes na medida em que servem de auxílio à moral. Nenhuma teoria é válida se não possuir um objetivo moral, o qual não possa ser aplicado na vida prática. A finalidade de sua ética consiste em propiciar a felicidade aos homens, de modo que essa possa libertá-los das mazelas que os atormentam, quer advenham de circunstâncias políticas e sociais, quer sejam causadas por motivos religiosos.
A Felicidade é alcançada por meio do controle dos medos e dos desejos, de maneira que seja possível chegar à ataraxia, a qual representa um estado de prazer estável e equilíbrio e, consequentemente, a um estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois, conforme Epicuro, há prazeres maus e violentos, decorrentes do vício e que são passageiros, provocando somente insatisfação e dor. Mas também há prazeres decorrentes da busca moderada da Felicidade.
Segundo Epicuro, a posse de poucos bens materiais e a não obtenção de cargos públicos proporcionam uma vida feliz e repleta de tranquilidade interior, visto que essas coisas trazem variadas perturbações. Por isso, as condições necessárias para a boa saúde da alma estão na humildade. E para alcançar a felicidade, Epicuro cria 4 “remédios”:
1. Não se deve temer os deuses;
2. Não se deve temer a morte;
3. O Bem não é difícil de se alcançar;
4. Os males não são difíceis de suportar.
De acordo com essas recomendações, é possível cultivar pensamentos positivos os quais capacitam a pessoa a ter uma vida filosófica baseada em uma ética. A felicidade se alcança através de poucas coisas materiais em detrimento da busca do prazer voluptuoso. O homem ao buscar o prazer procura a felicidade natural. No entanto é necessário saber escolher de modo que se evite os prazeres que causam maiores dores; quando o homem não sabe escolher, surge a dor e a infelicidade.
O sábio deve saber suportar a dor, visto que logo essa acabará ou até mesmo as que duram por um tempo maior são suportáveis. A conquista do prazer e a supressão da dor se dão pela sabedoria que encontra um estado de satisfação interna. A virtude subordinada ao prazer só pode ser alcançada pelos seguintes itens:
  • Inteligência – a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e evita a dor;
  • Raciocínio – reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual prazer é mais vantajoso, qual deve ser suportado, qual pode atribuir um prazer maior, etc. O prazer como forma de suprimir a dor é um bem absoluto, pois não pode ser acrescentado a ele nenhum maior ou novo prazer.
  • Autodomínio – evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura sofisticada e participação política;
  • Justiça – deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada para que não haja prejuízo entre os homens.
Enfim, todo empenho de Epicuro tinha como meta a felicidade dos homens. Nos jardins (comunidade dos discípulos de Epicuro) reinava a alegria e a vida simples. A amizade era o melhor dos sentimentos, pois proporcionava a correção das faltas uns dos outros, permitindo as suas correções. Com isso, a moral epicurista é baseada na propagação de suas ações, pois ele não se restringiu apenas ao sentimento e ao prazer como normas de moralidade, mas foi muito além de sua própria teoria, sendo o exemplo vivo da doutrina que proferia.

Pesquisa: Davi Reis de Jesus
Escrito Por: João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAM
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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Amor e Posse!

Amor ou Posse ?


O ser humano quer amar, deseja amar e ser amado, ardentemente, de forma sincera, total e fiel . Porque o amor é bom, porque o amor é o motor da vida, porque sem amor a vida deixa de ter sentido .
Amor em geral, amor família e amor passional .
Mas se o amor é único, é a solução, é o caminho....então porque continuamos a não ser felizes ? Porque continuamos a querer algo mais, sempre mais, porque continuamos a não saber verdadeiramente o que é o amor ? Porque continuamos a não sentir verdadeiramente o amor, o sentimento, a sensação ?
Talvez porque não saibamos amar; talvez porque confundamos o amor com posse; talvez porque desconfiamos sempre; talvez porque confundamos amor com dependência; talvez porque tenhamos medo.
No instinto de sobrevivência, no fenómeno do medo, encontramos o alicerce da questão : o ser humano, de modo inato, quer possuir, até o próprio amor; até o próprio objecto do amor .
E isto porque tem medo de perder !
Será o instinto de sobrevivência ?
Na natureza, vencer ou ser vencido !
Viver através da posse; possuir para viver . E, no entanto, quem vive aprisionado ? Quem vive condicionado pelo medo contínuo de perder ?
A ave, dentro da gaiola, não tem alegria; o seu canto não tem o brilho, o vigor, a felicidade duma ave livre ...
Porque razão queremos aprisionar o amor ?
Porque não acreditamos em nós, nem no amor ?
Porque razão quando amamos, queremos possuir ? E, possuindo, não queremos perder !
Básicamente, não queremos perder !
Básicamente, não confiamos em nós!
Básicamente, temos medo de ficar sós !
O ser humano foge contínuamente de estar só; é um medo enorme da solidão ! Porque não gostamos de nós, porque estamos contínuamente à espera que o outro alguém nos traga a felicidade.
Ou será porque o ser humano foi criado para não estar só! Não conseguimos estar sós, porque fomos programados para dar : dar e receber ! E estando só, não sabemos dar a nós próprios !
No fundo, o querer possuir, o ser nosso é uma limitação da felicidade, porque gera cíume, desconfiança, conflitos e discussões .
O amor nunca poderá florescer, se estiver enclausurado . É como uma flor numa jaula, que dificilmente crescerá, porque não há espaço para a criatividade, nem espaço para o próprio crescimento .
E, sem crescer, tudo pára e morre. Até o amor !

Fonte: Internet

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Loucura e Foucault.

Os Discursos sobre a Loucura como Instrumento de Poder em Michel Foucault.


Durante todo o decorrer da história, pouca importância fora dada com a questão do “insano”. Durante a Idade Média, tal problema era visto simplesmente como um erro, uma falha da razão. Neste período, o maior enfoque de exclusão seria dado, segundo Foucault, sobre o leproso (FOUCAULT, 1972, p. 3). Porém, com o advento da Idade Moderna, observaremos o surgimento de um novo ideal que consistirá na exaltação da razão. É a partir deste ideal de racionalidade, que o louco acaba se tornando um sinal de contradição nestes meios, de modo que já não será tratado apenas como um mero erro, mas, também, como uma ameaça à razão. No início da contemporaneidade, novas idéias, teorias e instituições, iriam reforçar este discurso de forma que o louco não seja mais um problema da sociedade, mas sim, um problema puramente do domínio científico. Com o surgimento da Psiquiatria e as mistificações da ciência, a loucura ganharia casa e padrastos, por meio de discursos que a legitimariam como doença. Assim, considerando certos domínios científicos, a loucura passaria a ser criminosa, perigosa e talvez “contagiosa”.
Ora, analisando esta situação, queremos mostrar nesta pesquisa, que estes discursos seriam aceitos por uma pluralidade de receptores onde também se tornariam emissores destes. No entanto, a problemática aqui apresentada não estaria apenas sobre um idealizador, cruel que dominaria um monopólio do discurso, mas de uma sociedade em sua complexidade que concomitantemente exclui e deporta não só os loucos, mas todo e qualquer indivíduo que ameaçar a sua “suposta” tranqüilidade.
Desta forma, queremos, por meio do pensamento de Michel Foucault, pesquisar o discurso sobre a loucura durante os séculos XV a XIX como formas de poder, isolamento e punição, no intuito de mostrar que tanto o saber médico, quanto a internação psiquiátrica, tornaram-se alguns dos instrumentos de poderes institucionais da época. Conseqüentemente, este saber médico juntamente com outras ciências podem ter sido os grandes responsáveis por estabelecerem a fronteira entre a racionalidade e a loucura sem ao menos ter total conhecimento de o que ela realmente é. A loucura, entretanto, será vista pelo mundo psiquiátrico como a ameaça de uma doença à sociedade. E como toda doença, deve-se fazer existir uma cura.
Durante o século XVIII, o fenômeno de exclusão para com os loucos torna-se muito mais evidente com as internações. Serão os hospícios que se transformarão em fins terapêuticos e penitenciários. Desta forma, cabe-nos a pergunta: como surgiu esta necessidade de um aprisionamento do louco?
Para tanto, como ilustração, podemos observar que no final da Idade Média quando os leprosários já não recebiam mais doentes, surgiria um novo problema, uma nova forma de substituir os internatos para enchê-los novamente de “doentes”; este problema seria a loucura. A respeito deste assunto, Foucault (1972, p. 8) demonstra um fato curioso:
É sob a influência do modo de internamento, tal como ele se constituiu no século XVIII, que a doença venérea se isolou, numa certa medida, de seu contexto médico e se integrou, ao lado da Loucura, num espaço moral de exclusão. De fato, a verdadeira herança da lepra não é aí que deve ser buscada, mas sim num fenômeno bastante complexo, do qual a medicina demorará para se apropriar. Esse fenômeno é a Loucura.”
A partir desta concepção sobre a loucura, Foucault afirma que a medicina demorará para se apropriar da Loucura e se utilizaria de medidas talvez pouco científicas, ou seja, com alguns métodos de punição. Num primeiro momento, a loucura seria tratada sobretudo na Idade Moderna, com exclusão: os loucos seriam colocados em navios, Stultifera Navis (A nau dos loucos), e lançados ao mar. Porém, após o século XVIII, quando a loucura deixa de ser apenas um erro ou ilusão para tornar-se uma ameaça, surge o internamento, uma ilha dentro da própria civilização cuja maior preocupação não seria talvez com a perturbação da mente do louco, mas sim, com a perturbação que este poderia causar com o seu modo de agir. No entanto, no século XIX a Psiquiatria (FOUCAULT, 1997, p. 27) toma as rédeas da loucura e, com as promessas de cura, justificaria as formas de asilamento:
1 Assegurar sua segurança pessoal e de sua família;
2 Libertá-los das influências pessoais;
3 Submetê-los à força a um regime médico;
4 Impor-lhes novos hábitos intelectuais e morais;
Assim, denota-se que estas justificativas estão imersas em um discurso de poder, ou melhor, questões de poderes voltados à própria relação institucional, onde se construiria um saber acerca da loucura em total domínio da medicina.
Este discurso de continência e domínio da loucura parece vicioso na história; o período marcado pelo método cartesiano e conhecido como o “século da razão” temerá esta figura alienada e a sua ameaça racional. Restará se defender, tratando os loucos como animais e isolando-os para que não promovam a desordem.
Foucault, influenciado por Nietszche, parece fazer uma genealogia da loucura com um novo modo de analisar o Insano, ou seja, não será por uma via médica especulativa e neurológica e nem mesmo por uma via psicológica, mas sim, por uma ótica, da qual, busca-se a raiz da patologia mental na história das relações humanas.
A História da Loucura tornou-se uma obra ousada mesmo porque Foucault, no início de seus estudos, possuía um grande interesse pela psicologia, chegando a se especializar em psicopatologia fazendo estágios em hospitais psiquiátricos e mantendo contatos com os internos (LOGOS, 1990, p. 693). Mesmo assim, procurou através da história do internamento, as ilusões da ciência psiquiátrica e as mistificações da própria ciência moderna. Ao contrário do que se poderia pensar, não será uma descrição sobre uma história da loucura, baseada em teorias relativas ao tratamento dos doentes mentais, mas a partir das práticas de isolamento: práticas de isolamento se assemelham a práticas discursivas, pois talvez seja através dos discursos que surgirá esta sina de isolamento e punição da loucura. 

- Pesquisa: Davi Reis de Jesus
- Fonte: Brasil Escola