Na sociedade moderna do século XXI uma praga assola a mesma.
Meu mais novo enojamento é um fato absurdo. Estava eu, ontem, no supermercado,
com minha linda senhora (minha avó) na fila dos idosos. Olhei para atrás, vi um
senhor, muito bem vestido, aparentando uns 65 (sessenta e cinco) anos, usando
duas redes sociais ao mesmo tempo em seu “mega” celular (as mais usadas
ultimamente). Fiquei minutos observando-o e tive a rápida ideia de escrever
este ensaio que vós custa a ler nesse momento.
Comecei logo acima com a palavra enojamento e o fato
ocorrido, mas não vos associei, apenas relacionei, pois a modernidade e suas
criações criou de fato enormes vertentes onde indivíduos que antes
repousavam-se sobre cartas, poucos e-mails e agora compartilham das mesmas
ferramentas que os do novo século. Meu enojamento começa de fato quando grande
parte da convivência social é banalizada. De que forma? Pois bem. Como todos
estão peludos de saber (careca é muito clichê) a modernidade acabou com a
convivência pessoal. Antes os namoros eram cada vez mais ativos de ambas as
partes e muito mais duradouros, pois vemos também, isso é um fato, a forma a
qual os indivíduos “conectados” 26 (vinte seis) horas por dia (pois estes ainda
fazem hora extra) tratam os relacionamentos em redes sócias. Não é nisso que
quero me aprofundar e muito menos criticar, deixemos isso para outro ensaio.
Meu intuito apenas é dissociar e chegar pelo menos a uns minutinhos de reflexão
e pensar se realmente as redes sócias, internet e toda a gama de novidades que
o novo século trouxe, realmente é uma convivência ou ausência.
Cada vez mais o número de celulares cresci no país, e cada
vez mais aparelhos com acesso fácil a internet. Esse crescimento faz com que o
número de usuários de redes sócias/relacionamentos cresçam, levando assim a uma
diminuição brusca de saidinhas com os amigos, família e afins, em verdade, a convivência pessoal em si se
perdeu. Aquele prazer de pegar o ônibus para ver o amigo(a), namorado(a)
perdeu-se também. Antes esperávamos os fins de semana para vermos quem queríamos
no sábado/domingo. Aquela doçura meio que romântica que antes fazia a vida um
pouco mais deliciosa, pois a dificuldade quando vencida/superada dá sabor a vida,
infelizmente se perdeu, reduziu pelo menos, pois ainda existem que conserva a
convivência pessoal, e ama, senti, e diz tudo pessoalmente “olho no olho”.
Hoje então, pode compreender-se que a breguice demasiada que as redes sociais
trouxeram junto com tudo o que consideramos modernos acabou com toda a beleza
da vida, pois meus caros, a real beleza é a que não vemos, mas sentimos. Como
dizia cazuza, “O mais belo da vida é o que não vemos. Por isso fechamos os
olhos quando nos beijamos e quando estamos sonhando.”
Outro fator que me chateia e me broxa muito é certamente os
downloads que os usuários da internet fazem de livros. O famoso “pdf” que salva
muito a vida de estudantes, porém a falta de interesse e o comodismo também
influem na busca desse tipo de arquivo. O número de livros vendidos dos anos
2000 (dois mil) caiu bruscamente em todas as livrarias do Brasil.
O Jornalista e Humorista Marcelo Tas escreveu no início do
ano, justamente sobre esse tema, onde o mesmo, ressalta a importância da
convivência social e do contato entre os seres, segundo ele o aparelho celular
diminuiu essa convivência e ainda pior, nos prendemos a ele, não conseguimos
sair de casa para quaisquer lugar sem ele. Somos seres sociais e a socialização
ocorre, em grosso modo, em matéria, não apenas virtualmente, pois deixa-nos
restritos uns aos outros.
Tanto em festas, almoços, barzinhos e nos famosos “Happy
hour” a convivência diminui. Vemos com frequência (se achar exagero observem
por conta própria) cada vez mais indivíduos ausentes das rodas de amigos para
estar presente em alguma rede social. A cada 10 pessoas que estão juntas em uma
“rodinha fofa” em barzinho, na Universidade ou qualquer outra instituição
educacional, sempre tem um ou dois que estão com suas mentes ausentes dali.
A modernidade é algo bom? Sim e muito, caro leitor, se não
fosse a mesma não estaria aqui escrevendo a vós de forma ampla, mas somos seres
demasiados, não sabemos dosar nada. Sempre menciono a frase do Nietzsche
(1844-1900) quando ele diz “Humano, demasiado humano”. Tinha/Tem razão.
Por: Davi Reis de Jesus