segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Convivência ou ausência? - Um breve enojamento de um pecador


Na sociedade moderna do século XXI uma praga assola a mesma. Meu mais novo enojamento é um fato absurdo. Estava eu, ontem, no supermercado, com minha linda senhora (minha avó) na fila dos idosos. Olhei para atrás, vi um senhor, muito bem vestido, aparentando uns 65 (sessenta e cinco) anos, usando duas redes sociais ao mesmo tempo em seu “mega” celular (as mais usadas ultimamente). Fiquei minutos observando-o e tive a rápida ideia de escrever este ensaio que vós custa a ler nesse momento.

Comecei logo acima com a palavra enojamento e o fato ocorrido, mas não vos associei, apenas relacionei, pois a modernidade e suas criações criou de fato enormes vertentes onde indivíduos que antes repousavam-se sobre cartas, poucos e-mails e agora compartilham das mesmas ferramentas que os do novo século. Meu enojamento começa de fato quando grande parte da convivência social é banalizada. De que forma? Pois bem. Como todos estão peludos de saber (careca é muito clichê) a modernidade acabou com a convivência pessoal. Antes os namoros eram cada vez mais ativos de ambas as partes e muito mais duradouros, pois vemos também, isso é um fato, a forma a qual os indivíduos “conectados” 26 (vinte seis) horas por dia (pois estes ainda fazem hora extra) tratam os relacionamentos em redes sócias. Não é nisso que quero me aprofundar e muito menos criticar, deixemos isso para outro ensaio. Meu intuito apenas é dissociar e chegar pelo menos a uns minutinhos de reflexão e pensar se realmente as redes sócias, internet e toda a gama de novidades que o novo século trouxe, realmente é uma convivência ou ausência.

Cada vez mais o número de celulares cresci no país, e cada vez mais aparelhos com acesso fácil a internet. Esse crescimento faz com que o número de usuários de redes sócias/relacionamentos cresçam, levando assim a uma diminuição brusca de saidinhas com os amigos, família e afins, em verdade, a convivência pessoal em si se perdeu. Aquele prazer de pegar o ônibus para ver o amigo(a), namorado(a) perdeu-se também. Antes esperávamos os fins de semana para vermos quem queríamos no sábado/domingo. Aquela doçura meio que romântica que antes fazia a vida um pouco mais deliciosa, pois a dificuldade quando vencida/superada dá sabor a vida, infelizmente se perdeu, reduziu pelo menos, pois ainda existem que conserva a convivência pessoal, e ama, senti, e diz tudo pessoalmente “olho no olho”. Hoje então, pode compreender-se que a breguice demasiada que as redes sociais trouxeram junto com tudo o que consideramos modernos acabou com toda a beleza da vida, pois meus caros, a real beleza é a que não vemos, mas sentimos. Como dizia cazuza, “O mais belo da vida é o que não vemos. Por isso fechamos os olhos quando nos beijamos e quando estamos sonhando.”

Outro fator que me chateia e me broxa muito é certamente os downloads que os usuários da internet fazem de livros. O famoso “pdf” que salva muito a vida de estudantes, porém a falta de interesse e o comodismo também influem na busca desse tipo de arquivo. O número de livros vendidos dos anos 2000 (dois mil) caiu bruscamente em todas as livrarias do Brasil.

O Jornalista e Humorista Marcelo Tas escreveu no início do ano, justamente sobre esse tema, onde o mesmo, ressalta a importância da convivência social e do contato entre os seres, segundo ele o aparelho celular diminuiu essa convivência e ainda pior, nos prendemos a ele, não conseguimos sair de casa para quaisquer lugar sem ele. Somos seres sociais e a socialização ocorre, em grosso modo, em matéria, não apenas virtualmente, pois deixa-nos restritos uns aos outros.
Tanto em festas, almoços, barzinhos e nos famosos “Happy hour” a convivência diminui. Vemos com frequência (se achar exagero observem por conta própria) cada vez mais indivíduos ausentes das rodas de amigos para estar presente em alguma rede social. A cada 10 pessoas que estão juntas em uma “rodinha fofa” em barzinho, na Universidade ou qualquer outra instituição educacional, sempre tem um ou dois que estão com suas mentes ausentes dali. 

A modernidade é algo bom? Sim e muito, caro leitor, se não fosse a mesma não estaria aqui escrevendo a vós de forma ampla, mas somos seres demasiados, não sabemos dosar nada. Sempre menciono a frase do Nietzsche (1844-1900) quando ele diz “Humano, demasiado humano”. Tinha/Tem razão.

Por: Davi Reis de Jesus